Tradução – Humberto Carvalho
Em 18 de novembro, em Nova York, o Terceiro Comitê da 75ª sessão da Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução patrocinada pela Rússia sobre o combate ao ressurgimento do nazismo, o crescente avanço do neonazismo e de outros extremismos de direita que contribuem para alimentar formas contemporâneas de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância racial.
Junto com a Rússia, o documento foi co-patrocinado por 58 países de todas as regiões do mundo. A resolução foi apoiada por 122 países, ou a maioria absoluta dos estados membros da ONU. Mais uma vez, teve a oposição de apenas dois países – os Estados Unidos e a Ucrânia, enquanto 53 delegações, incluindo Estados-Membros da UE, se abstiveram.
A resolução dá uma contribuição significativa para a luta contra a glorificação do nazismo e do neonazismo, para a preservação da memória histórica das lições da Segunda Guerra Mundial e para a erradicação do racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância ideológica relacionada.
Estamos profundamente desapontados com a forma como a delegação dos EUA votou neste importante documento no ano do 75º aniversário da Vitória sobre o Nazismo e do estabelecimento dos Julgamentos de Nuremberg. Quem teria pensado que, depois de tantos anos, alguns membros das Nações Unidas citariam preocupações rebuscadas sobre a liberdade de expressão para se opor aos esforços para combater o ressurgimento do e a glorificação do nazismo, do neonazismo, da ideologia da superioridade racial e outras formas de intolerância, desconsiderando suas obrigações nos termos dos principais acordos de direitos humanos, incluindo o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos e a Convenção Internacional para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial.
Nesse contexto, o apoio amplo e inabalável à iniciativa russa por parte dos Estados comprometidos com a luta contra a glorificação do nazismo é encorajador.
A resolução ganhou relevância particular nos últimos anos porque tem havido um rápido aumento no número de ataques e atos de violência contra pessoas de diferentes origens étnicas ou afiliação linguística ou religiosa; o preconceito por raça e cor de pele está aumentando, e migrantes e refugiados encontram cada vez mais rejeição.
Membros do movimento nazistas como ex-membros da SS, incluindo a Waffen-S. estão cada vez mais sendo considerados heróis. Aqueles que colaboraram com os nazistas são proclamados paladinos nacionais e membros de movimentos de libertação nacional. Monumentos e memoriais estão sendo inaugurados em sua homenagem, e procissões com tochas são realizadas. Ao mesmo tempo, uma guerra em grande escala está sendo travada contra monumentos que comemoram os lutadores contra o nazismo, e livros de história estão sendo reescritos para atender a interesses políticos momentâneos. Alguns países introduzem proibições legislativas sobre o uso de símbolos da Vitória sobre o Nazismo, o que também é uma tendência alarmante.
Todas essas preocupações estão refletidas na resolução, que, como acreditamos, fortemente, deve ser uma diretriz para todos os estados membros da ONU em sua luta contra a glorificação do nazismo, neonazismo e outras práticas que contribuem para alimentar o racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância.
Muito bom
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